Perguntamos a quatro pesquisadoras renomadas sobre a experiência delas enquanto mulheres no mundo acadêmico. Entre pressões envolvendo maternidade e a necessidade de se impor diante de colegas do gênero masculino, cada uma tem uma boa história para contar. As respostas você pode ver abaixo, junto com dados relativos à mulher na ciência, fornecidos pelo portal Gênero e Número.
Profª. Dra. Maria Aparecida Visconti
“Apenas 27 mulheres haviam chegado à modalidade de Pesquisador Sênior, de um total de 112.” (Gênero e Número)
Drª Ana Paula Canel Bluhm
“Aos homens foram reservados R$ 110,7 milhões em 2017, 32% do total de auxílios. Já para as mulheres, praticamente metade do valor. Apenas R$ 57,6 milhões foram gastos em bolsas de produtividade de pesquisa, 18% da verba que o CNPq concedeu a bolsistas mulheres.” (Gênero e Número)
Profª. Drª. Regina Pekelmann Markus
“‘Efeito Matilda’: fenômeno inicialmente descrito pela sufragista norte-americana Matilda Gage em 1870: a invisibilização de pesquisadoras mulheres em laboratórios, que têm seu trabalho atribuído aos colegas homens.” (Gênero e Número)
Drª Silvia Beatriz Bocardin
O que acredito que seja importante, e acho realmente que isso é um ponto fundamental nas vidas de muitas colegas, é a questão da maternidade. Eu tive essa opção de vida de não ser mãe para dedicar a minha vida de forma integral à minha carreira acadêmica. E não é algo trivial, você não tem como substituir o papel da mãe.
“Em Engenharia e Computação, são 4,9 mil pesquisadoras do CNPq em todo o país, 36% do total neste campo. Já em Ciências Exatas e da Terra, elas são apenas 34%, com 7,2 mil representantes. Em todas as outras áreas, existem mais cientistas mulheres que homens. Os destaques são as áreas de Saúde (68%), Linguística, Letras e Artes (64%) e Biológicas (61%)”. (Gênero e Número)